Apareceram na China sites imitando o Google e o YouTube, num momento em que o país sofre ameaças do Google verdadeiro envolvendo suas operações locais. A cópia chinesa YouTubecn.com oferece vídeos do YouTube verdadeiro, que é propriedade do Google e foi bloqueado na China. O site imitador do Google é o Goojje e traz um apelo para a empresa americana para deixar a China, depois de ela ameaçar sair do país por causa de uma disputa envolvendo censura na Internet e ataques de piratas contra o site. Os dois clones apareceram um dia depois do outro, em meados de janeiro, logo depois que o Google ameaçou deixar o país.
"Que reação ter nesses casos? Nos EUA, você entra com um processo. Na China, nada se pode fazer, a menos que eles estejam de fato prejudicando a marca", disse T.R. Harrington, diretor executivo da Darwin Marketing, sediada na China.
Os dois sites ainda funcionavam na quarta-feira. Não se sabe ao certo o que as autoridades chinesas farão a respeito. A National Copyright Administration, da China, tem agido com rigor contra sites que funcionam ilegalmente e este mês publicou um código de ética, mas no seu site não se viu nenhum comunicado sobre essas novas imitações. Quanto ao Google, poucos comentários. "A única coisa que posso dizer no momento é que não somos associados", disse a porta-voz da empresa Jessica Powell. A China é famosa pelos produtos pirateados, mas é a primeira vez que sites conhecidos são copiados dessa forma.
"Fiz isso a título de serviço público", disse, por e-mail, o fundador do clone do YouTube, Li Senhe, ao Christian Science Monitor. Vídeos sobre tumultos sociais na China podem ser encontrados no website, que é em língua inglesa. O YouTube real foi bloqueado na China em 2008, por causa de vídeos dos protestos tibetanos.
O outro site, Goojje, é um motor de busca que seria mais uma combinação do Google e o seu principal concorrente chinês, o Baidu. "Falando claramente, o Goojje não é um motor de busca, mas uma plataforma para encontrar amigos", disse um dos fundadores , Xiao Xuan, ao Henan Business Daily. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.